Tuesday, September 22, 2009

No estúdio... com Faradai




People, a WM (wakuti Música), conversou um bocado com este produtor de nome Hélder Jorge de Abrigada e Silva, artisticamente conhecido como  Faradai A.k.A o Jazzmático (na foto).
Conversamos sobre tudo um pouco mas posto aqui apenas o que se enquadra no perfil do blog. Aí vão fragmentos da conversa:

WM: Faradai como foi o teu primeiro contacto com Hip-Hop?
F: Eu sempre tive um bom contacto com a Musica, Absorvendo muitas influências correntes dos anos 70\80\90 por causa dos meus Irmãos mais velhos, além das Febres artísticas que se viviam tanto aqui (Cabetula, Semba e outros estilos correntes da altura), como as influencias bucólicas externas que começaram fluindo na Época (Rock, Pop, Reggae, dance e sem duvidas o Hip-Hop, mas acredito que o Primeiro contacto que tive com esse Universo foi mais precisamente em 1994\95 na altura em que ouvi o som clássico da Tribe Called Quest sob o tema “Jazz (We’ve got) ”, dread aquilo me tirou da realidade, foi como um doce despertar para algo que ñ conhecia mas que mesmo assim era viciante, ainda ñ tinha percebido bem do que se tratava foi quando o meu irmão começou a trazer cassetes emprestadas por um mano que tinham diversos artistas como Nas, The Roots, Digital Underground, Main Source, Digable Planets, Skeelo e muitos outros dreads da época e a partir daí fui vendo investigando mais e mais sobre este mundo chamado Hip-Hop e apenas deixei-me estar e levar aprofundando e respirando cada vez mais os ares deste mundo aparte.

WM: Foste directo para produção ou começaste como MC?
F: Primeiramente fui para o lado Emcee, pois naquela altura acredito que muitos jovens como eu queriam mostrar os seus ditos skills após a febre espalhada na lusofonia chamada do projecto Rapublica, e o primeiro álbum dos Black Company  "Geração Rasca" começei a tentar escrever as primeiras rimas em 1997\1998 mais gatafunhos do que outra coisa hehehehe, eu e os meus manos Fuji (Nivaldo Manaças) e Mano António (António João) e Vernáculo A.k.A Kalahari (Sebastião Nogueira) embora eles tivessem outras origens, era o Fuji que Produzia os primeiros beats, mas que no final de 2002 começei dando os primeiros passos na produção desde então até agora.

WM: Quais são as tuas influências musicais?
F: A lista é imensa mas aqui vai:
J-Dilla, Pete Rock, Premo, Dj Spinna, Mad Lib, The Roots, Jazz Liberartoz, Sa-Ra, Paulo Flores, Filipe Zau e Filipe Mukenga Os irmão Kafala e os Irmãos Mingas, Kev Brown, Jamie Cullum, Bob Marley, Cold Play, Radio Head, Thievery Corporation, Bossa nova, House Music, Fusion, Electro, Miles Davis, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Charlie Parker e toda a vanguarda do Jazz dos 60\70\80´s, Afro Jazz, ou seja há muita coisa que oiço que poderia enunciar aqui mas acredito que isso seja o suficiente.
             
WM: O que tens ouvido mais ultimamente?
F: Creio que de tudo um pouco, eu sou um tipo inconstante, ñ tenho moradia incerta no que toca a fixar-me em ouvir um estilo ou vibe Musical, sou um nómada, surfo em várias praias desde o Rock ao R&B, do Reggae ao Jazz, do House ao Pop, do Fusion ao Electro e Neo-Soul ao Hip Hop o que me faz ouvir qualquer coisa desde q tenha os requisitos ou a essência que procuro em qualquer estilo……Musica e Essência.

WM: O que usas para produzir?
F: Software: Fl Studio 8, Acid Music 7, Reason 4, CD Arquitect 5.2, Sound Forge 9.0, Live 4.1.5, Asio4all V2, Vst Plug-ins, Quantitazers, e muitos Registros.
Hardware: Hp Compaq dx 7400 micro tower com um processador Intel® Pentium®Dual 2.80GHz 2GB de memória RAM, Rhythm Track RT-223 (Uma versão de MPC), Controlador Casio LK-270, Controlador UMX 25 USB, Midi, controler keyboard, Microfone Beringuer C-3, Xenyx 1002 FX, Beringuer U-Control UCA202, Colunas para Estúdio Ms16 Beringuer, e claro muita Criatividade e Originalidade que é o mais essencial para se fazer Musica.

WB: Cita alguns dos teus produtores favoritos
F: Estrangeiros: Dilla, Pete Rock, Premo, Black Milk, M-Phazes, Kev Brown, 20 Syl(Hocus Pocus), Dela, S1(Strange Fruit Project), Illmind, D’angelo, Eric Lau, Freddie Joachim, Mabanua, Jazz Liberatorz, ?uest Love (The Roots) , epah são muiiiiiiiiiiitos man.
Nacionais: Mad Contrário (ali mano), Kennedy Ribeiro, Mário Pinho, Denexl (tá a começar bem) BuSquare, Raiva (wu Sup man), Leonardo Wawuti, e Irru Ill (este dread é o Máximo, ñ Existe).

WB: Mcs favoritos
F: Estrangeiros: Mos Def, Talib Kweli, Common, Elzhi of Slum Village, Nas, Q-Tip, Black Thought, Krs one, Brother Ali, The Procussions.
Nacionais: Mano António (Grande Poeta), Denexl, Kool Kleva, Phay Grande, Katrogipolongopongo, CFK (esse puto é Terrível), Muralha e Sixckim, embora considere mais indivíduos centrados a Poesia do que aos Emcees mas esses são os que presto 

WB: Para quem já produziste?
F: Fiz beats para o Lawilca no seu segundo álbum Discográfico, Para o 2ª Álbum do Denexl  "As aventuras do Pelendoçe", para um projecto em Carteira da G-8  "Simples e Complexo", Lukeni Fortunato, e possuo projectos em carteira com diversos artistas da nossa praça.


                          Irru Ill, Mano António, A.D.I, Faradai e Fuji



WB:  Que beat teu te faz mais orgulhoso e porquê?
 F: Foi um Beat que Fiz para a Minha Crew Simbiose (Rossana Raposo e Nivaldo Manaças) com o tema “Mais Alto”, numa altura em que eu queria me superar ao estilo recorrente que fazia na altura pois gostaria de ter um Timing semelhante as produções de Beat Makers estrangeiros e foi uma mais-valia ñ só para mim mas para as pessoas que acompanharam aquela fase do meu trabalho.

WB: Projectos de música para o futuro.
F: Neste momento estou em fase de execução do Projecto do meu colectivo e Produtora Jazzmática intitulado “Dar Musica” um projecto que visa apresentar um lado do Hip hop mais aparte, onde a arte os Poetastros respiram um ar mais limpo, viajam sem movimento e exploram um mundo menos dicotómico sem a monotonia do que se faz hoje no nosso mercado trazer o habituar desabituado que se chama Musica.
Fazendo algumas colaborações com diversos artistas do movimento Hip Hop.
E futuramente trabalhar num Projecto alternativo com o Produtor Irru ill de carácter mais centrado a outros estilos musicais mas com a essência Hip-Hop Jazz conceituando uma miragem com parâmetros mais alternativos dando uma ênfase ao Spoken Word, Drum Base, Poesia tanto Urbana como Abstracta.

1 comment:

  1. Boa iniciativa, boa entrevista. Um araço bem forte para o meu mano Faradai.
    O blog da Wakuti esta a crescer. Vamos linkar o vosso blog noutros sitios.

    Wakuti = liberdade

    Paz

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